segunda-feira, 25 de maio de 2015

Kiasma, Museu de Arte Contemporânea: Obra 3 - Steven Holl

Kiasma, Museu de Arte Contemporânea


O Museu de arte Kiasma está localizado em Helsínquia, Finlândia. Foi construído entre 1992 e 1998. Trata-se portanto de um conjunto de conceitos, também eles entrelaçados, como num quiasma, que significa x em grego. O nome Kiasma deriva da designação dada a interligação de terminações nervosas, fazendo uma alusão ao encontro “fértil” entre pessoas e idéias.
O museu está localizado na Avenida Mannerheimitie, o coração da capital, em um lugar de importância vital, pois é cercado por grandes referências da cultura finlandesa. A oeste faz fronteira com o edifício do Parlamento, a leste com a estação ferroviária e ao norte Eliel Saarinen com Alvar Aalto Salão Centro. Também, marcaram o local com uma geometria triangular que se abre para a Baía de Töölö, tem a qualidade sugestiva de estar no lugar de confluência de diferentes lotes urbanos, característica brilhante que o arquiteto aproveita para a configuração formal da proposta. Um dos seus pontos fortes é a capacidade que o prédio possui para ligar o centro da capital até a vila costeira de Töölö.
O Museu de Arte Contemporânea de Helsínquia, mais conhecido como Kiasma, é o resultado de um concurso internacional de design de arquitetura realizada no ano 1992. 
O concurso foi destinado a arquitetos dos países nórdicos e bálticos. Cinco arquitetos de renome internacional participaram entre os quais havia apenas um cidadão norte-americano. Em 1993, o trabalho Kiasma pelo arquiteto americano Steven Holl foi selecionado entre os 516 concorrentes.
Conceito:
O conceito proposto de Kiasma Holl é interpretado como uma massa construída que se encaixa com a geometria da cidade e da paisagem. E, como resultado, gera um forma com elementos culturais implícitos, curvando a diretriz ligando o edifício com o Hall of Finland, mantendo-se com uma outra linha natural a paisagem.
O projeto se refere a ideia de uma “garagem de arte” e ao tipo de movimento em espiral no interior do espaço e ainda tomo como referência a entrada de luz natural no interior do museu.
O projeto:

1 - Entrada Principal
2 - Lobby
3 - Vestiário
4 - Sala de informações
5 - Livraria
6 - Café
7 - Átrio do Auditório
8 - Auditório
9 - Fórum de Arte
10 - Sala de Máquinas
11 - Biblioteca
12 - Escritório
13 – Salão de Exposição Permanente

Fenomenologia:

 Steven Holl projetou um museu que deslumbra por suas sutilezas e que ao mesmo tempo suas linhas limpas faz com que a arte seja o foco das atenções,  tem o objetivo de percorrer o espaço a várias alturas, há uma forte deformação na perspectiva da visão, faz progredir o corpo precisamente por essa perspectiva.
 Steven tinha a intenção de mexer com a mente através destas formas geométricas e ângulos de forma silenciosa e ainda dramático, uma configuração neurológica que liga percepção e concepção.
      Na grande encenação destes espaços, a arquitetura é entendida de uma forma teatral, no sentido de que, a todas as situações, o autor dá uma expressão profundamente dramática. Mas, para lá disto, sentimos também que esta encenação é metafórica, quer referir-se a qualquer coisa que está para lá da própria arquitetura. Nesse sentido, independentemente de ser ela própria, a arquitetura é também a expressão de algo que a transcende.
Linguagem do arquiteto:
O arquiteto é chamado de “inventor de tipologias”, e suas analogias podem ser de vários tipos, desde as analogias tipológicas, por simplificação, que tratam-se sobretudo de utilizar uma linguagem formal e compositiva derivada da linguagem analógica das tipologias característica da Tendenza italiana, ainda que Holl não se tenha limitado a imitar. Tendo desenvolvido estudos tipológicos, no início da sua carreira, Holl tem um conhecimento real e direto das tipologias norte-americanas, urbanas e rurais, utilizando-as no seu trabalho projetual e manipulando-as de um modo criativo. Por isso lhe chamamos inventor de tipologias. 

  

Simmons Hall at MIT: Obra 2 - Steven Holl

Simmons Hall at MIT



Simmons Hall at MIT foi construído entre 1999 e 2002, na cidade de Cambridge, EUA. Foi encomendando a Steven Holl um novo dormitório para a universidade, que tinha como objetivo interação entre os alunos nos espaços ao redor e dentro do edifício.
O projeto possui 195.000 metros quadrados, 350 residências e um teatro de 125 assentos. Os corredores internos possuem 11 metros de largura.Está localizado na Vassar Street e pertence ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Holl fez um edifício de dez andares que se tornou uma pequena cidade, com equilíbrio opostos, elementos arquitetônicos, com cheios e vazios e opacidade e transparência. O projeto de Steven Holl para o Simmons Hall at MIT ganhou a medalha Harleston Parker.

Concepção e Construção:
O novo dormitório foi projetado para funcionar como uma pequena cidade, onde fosse possível a interação de todos os alunos em um só espaço. 
Conceito:
Dada a singularidade do local, estreito e comprido, para evitar a construção de um bloco compacto, que feche com a sua grandeza a livre circulação do ar e as perspectivas sobre o Rio Charles, que corre à margem do campo, Holl criou um "edifício poroso" com um couro respirável com grandes aberturas na paisagem. A solução foi  um prédio que funcionasse metaforicamente como uma esponja. Uma estrutura porosa que absorveria a luz através de uma série de grandes aberturas. Estas  se tornariam então principais espaços interativos para os alunos.
A construção é definida externamente por paredes caracterizadas por mais de 3000 pequenas aberturas que servem como janelas, espaçadas por aberturas maiores em correspondência com os serviços comuns, como entradas e espaços ao ar livre. Estes grandes buracos cortam dentro das fachadas e quebram a monotonia dos bloco residenciais.
Análise do projeto:
A residência de graduação é vislumbrada com o conceito de "porosidade". É uma fatia vertical da cidade, a 10 andares de altura e 100 metros de comprimento. O conceito de "esponja" transforma o edifício através de uma série de funções  biotécnicas


O edifício tem cinco grandes aberturas correspondentes às entradas principais, com corredores, e terraços com atividade ao ar livre. As grandes, aberturas dinâmicas são os pulmões, trazendo luz natural para baixo e ar em movimento para cima. 


As entradas correspondem as grandes aberturas do projeto, são cinco entradas principais para o edifício.
No projeto há um teatro que também é utilizado como sala de cinema de dois pavimentos e é um forma que Holl utilizou para unir os moradores, o local conta com uma capacidade de 125 pessoas e está dentro do complexo.Há também um café da noite e um local para almoço e jantar, onde os estudantes podem se reunir todas as tardes e noites.Os quartos para estudantes são agrupados em várias unidades residenciais. O mobiliário também foi desenhado pelo estúdio de Holl, feito de madeira, composto por uma série de elementos modulares que organiza a sala para atender o aluno.
Semelhança:Tendo como inspiração a Unidade de Habitação de Marselha, são claras as semelhanças, ambas possuem inúmeras aberturas em sua fachada e suas residências. As formas são nitidamente parecidas e o uso de cores na fachada também são semelhantes.
Fenomenologia:
O projeto analisado é bem impactante. Ao percorrer-se por ele, pode-se notar uma obra impressionante, pensada para as pessoas que o utilizariam.
Linguagem do Arquiteto: 
Holl foge um pouco da arquitetura como linguagem, pois ele surpreende ao estilo da época, não há uma continuidade e não é uma obra tradicional. O arquiteto segue mais a sua linguagem, trazendo para o projeto um estilo pessoal, inovação em sua obra e trás uma forma surpreendente para as pessoas que o analisam de fora.
                              

domingo, 24 de maio de 2015

Capela de Santo Ignacio: Obra 1 - Steven Holl

Capela de Santo Ignacio




A Capela Santo Inacio foi construída entre 1994 e 1997, na cidade de Seatlle, EUA. Está localizada na Universidade de Seatle e é a descrição da missão da universidade, referindo-se também à visão da vida espiritual de Santo Inácio, compreendendo muitas luzes e trevas interiores, chamados de consolações e desolações. Esta construção é claramente a essência do autor e sua obra está representada por uso de um cubo fragmentado através da modulação do espaço e da luz.
A relação com o lugar estabelece-se através do seu lado cultural, do significado ou simbolismo do novo edifício, no contexto do campus universitário. Do ponto de vista urbanístico, o edifício da capela, isolado e rodeado de relvados, forma um ponto muito central, o que ajuda a reforçar seu significado simbólico.
Holl refere-se às diversas nacionalidades presentes da Universidade e aos exercícios espirituais dos jesuítas para justificar o uso de diferentes cores de luz que formam um todo, ao unirem-se no espaço da igreja, unificada, por sua vez, por uma caixa de pedra, na verdade construída de concreto.
O projeto de Steven Holl para a Capela San Ignacio ganhou um prêmio de design no Instituto Americano de Arquitetos de Nova York, e o modelo da capela foi selecionado para fazer parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York.
A Capela foi focada nas necessidades espirituais dos alunos. As contribuições dos estudantes foram fundamentais para o processo de design e, de acordo com Holl, o resultado foi “um projeto que seria à frente da procura, mas ancorado ao passado.”
Concepção:
A concepção parte de um desenho de sete garrafas, cada uma com uma cor e com formas e orientações diferentes, que emergem de uma caixa de pedra. Os volumes correspondem a diferentes espaços interiores, organizados de acordo com o programa do culto católico.
   O autor trabalha com a analogia com o próprio conceito de garrafa - um contendor aberto no topo superior, geralmente em vidro colorido, com forma variável - e tira partido de sua variedade formal e cromática para relacionar as garrafas com as ideias de multiplicidade e de unidade, uma complexa relação entre esquemas gráficos e breves, e sintéticos apontamentos escritos.
  Através do uso de lentes e de campos em que utiliza cores complementares, Steven explora a teoria da cor de Goethe: “ao fixarmos o olhar prolongadamente numa flor amarela e seguidamente, olharmos para um fundo neutro iremos ver aparecer sua cor complementar, o azul”.
  Como a parte oculta dos planos que quebram a entrada da luz para o interior do espaço está pintada com a cor complementar à respectiva lente, o jogo goethiano de cores corre também com a luz artificial noturna. 
A capela possui uma implantação processional destinada ao rito dos jesuítas. Entra pelo pátio, contorna piscina, acessa a capela, passa pelo átrio e batistério e atinge a sala cerimonial.
Em elevação os ambientes se traduzem em uma série de volumes tangentes de formas distintas, iluminados do alto com orientações diferentes de acordo com a função do espaço. 

1 - Entrada - Procissões
2 - Nártex
3 - Batistério
4 - Nave
5 - Altar
6 - Capela do Santíssimo Sacramento
7 - Coro
8 - Sanitários

Luz:

As grandes claraboias parecem procurar a luz captada, onde a nave principal da igreja surge como uma enorme carcaça, repleta de detalhes desenhados pela luz natural e pela luz artificial
Além disso, a projeção de luz colorida para o exterior, em várias direções, é um dos principais objetivos do projeto, já que é a noite que ocorrem os principais serviços religiosos na capela universitária.
  À noite, as aberturas de vidro da cobertura projetam a luz colorida para os espaços exteriores do campus, luz essa, que se reflete e vibra através do espelho d’água.
Semelhança:
Tendo como inspiração a Capela Notre-Dame-du-Haut, ou Ronchamp, são claras as semelhanças, principalmente em relação à colocação das aberturas e aos efeitos de luz no interior. Tais efeitos, são nítidas recordações dos poderosos efeitos lumínicos usados historicamente nas igrejas, desde a Idade Média.


Fenomenologia:
De fora, a capela tem uma forma simples, retangular, e em seu interior, a capela entrega surpresas, cores e luzes que criam formas e marcam espaços através de comportamentos não convencionais.
O cenário muda de acordo com o movimento do sol e a depender da hora do dia, diferentes composições cromáticas refletem nas paredes e no piso da capela. Captar essa dinâmica, apenas é possível adentrando o espaço. Para quem está longe, restam os registros fotográficos que mais se assemelham a pinturas abstratas.
Ocorre a utilização metafórica da luz, o que, nesse caso, a luz nos remeterá para um significado que está para lá da própria luz, nesse caso, a luz é cor. Há a irregularidade, com volumes que se viram em diversas direções, com diferentes aberturas na cobertura.



terça-feira, 19 de maio de 2015

Biografia - Steven Holl



Biografia

Steven Holl nasceu em 09 de dezembro de 1947, é um arquiteto e também aquarelista da América do Norte.

Seu principal conceito está relacionado à modificação de sua arquitetura devido a sua preocupação com a tipologia e a sua abordagem fenomenológica, que diz respeito ao homem existencialista e seu entorno.

  Holl graduou-se na Universidade de Washington e continuou estudando arquitetura em Roma, em 1970. Em 1976, ele realizou seus estudos de pós-graduação na Architectural Association School of Architecture , em Londres e estabeleceu seus escritórios de Nova York. Leciona na Universidade de Columbia desde 1981.

Os conceitos 

Ideia de arquitetura como um objeto de design, ele sabe integrar, reconfigurar divergências, usa muito do entrelaçamento.

Sua arquitetura é híbrida, flexível, muda de aspecto, é abstrata e figurativa, possui um regionalismo crítico uma abstração e figuração.
Utiliza um procedimento lírico, mas pragmático, acessível e sedutor. Ele arquiteta um meio sensorial, cria um diálogo íntimo com o lugar, um clímax, uma dialética. 

A filosofia
•Steven incorpora reflexões da fenomenologia, tomando como referência o filósofo Merleau-Ponty, que afirmava que o homem depois de observar algo de acordo com sua capacidade perspectiva, insere em seu campo consciencial, convertendo em um fenômeno, coloca-se a essência na existência. Uma resenha do espaço,  do tempo, do mundo vivido. É quando o corpo se movimenta pelo espaço. Ou quando o espaço e o corpo atuam juntos, aceitando a elevação de diferentes ângulos, vistas, cheiros, texturas e detalhes.
    •Steven utiliza como estudo preliminar a poética, a literatura, a arte, a cor e a ciência, preocupado em produzir sensações do que responder ao programa ou a questões técnicas. Para isso utiliza recursos como luz, cor, texturas diferente em cada ambientes – trabalhando os elementos que possam provocar essas sensações (tenta diferencia-las em cada ambiente – marcando de alguma forma, cada um deles).
   •Faz de uma arquitetura vagamente impressionista, subjetiva, relacionada a arte pós-moderna, provocando sentido ao usuário, devendo o espaço ser experimentado e percebido pelos diversos sentidos, criando um ritmo próprio e uma grande sensibilidade em suas obras.
    •Para Holl, a luz guia as decisões sobre o projeto. O espaço é esquecimento sem a luz. Um edifício fala através do silêncio da percepção orquestrada por ela. Luminosidade é como parte integrante de sua experiência espacial.
•A arquitetura para Steven, deve ter seu próprio significado, não seguir o que está na moda, e sim ter um significado mais profundo do que amplo, assim, ele constrói sua identidade, pensamentos e esperanças filosóficas únicas.